


Não tenho nada a dizer....acho que a vida é preta e nós é que lhe damos uma certa cor... ninguém acredita na minha teoria !
aposto que é melhor do que a de copérnico....
As vezes dizem que sou um bocado estranha ...mas a minha estranheza é a cor que os outros fazem... !
acho que a vida é como as cores primárias...misturam-se e dão novas cores, que se misturam
tambem !
e depois há aqueles que não gostam de cores e têm de viver no meio delas....
há uns tempos tinha a mania de querer ter outra cor de olhos ou de os trocar por outros...agora vejo ...não os troco por nada, são perfeitos !!
quem me dera que muitos outros olhos vissem o que os meus vêm ...infelizmente quando as cores são demasiadas torna-se mais difícil ver as realidades ...!
Tenho pena daqueles que vêm preto e de muitos que vêm cores !
peço desculpa aqueles que julgam que isto é pura falta de imaginação, mas sabem?? NÃO QUERO SABER ! eu ja nem quero saber de nada ! o meu interior é negro e o meu exterior colorido portanto misturem-se, tirem partido do arco iris que ele não dura para sempre!
e em vez de lerem a minha imaginação...CRIEM A VOSSA !!
DE preferencia com cores, fica mais bonito ....e claro ...o preto não faz parte do arco-iris...EU SEI!!
só que dizem que almas tingidas perdem a cor facilmente ....
p.s: não, não pensem que ando maluca ...não tentem perceber porque há quem entenda e quem não entenda, eu não me refiro a pessoas...refiro-me a cores !
meus amigos há algum tempo que não escrevo, peço desculpa que esta vez tenha sido violenta, mas por vezes faz-nos bem escrever personificadamente, que é o que faço....
não julgo ninguém, alias julgo, julgo os criadores deste mundo...(não jesus, refiro-me á minha teoria) neste caso os Homens, estes sim, não lhe souberam dar a cor perfeita !
7 comentários:
tens razão, minha linda :)
adorei!
i love it !!
adrt :)
ohhh obrigada ás duas meus amores *.*
Cântico negro de José Régio
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta. que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.
http://www.youtube.com/watch?v=uhsGpwfB8C4
<3<3<3
Enviar um comentário